7 dicas para você aprender quais são os limites da assistência
Muitas pessoas me perguntam qual é a melhor maneira de auxiliar o próximo. Daqui e dali, surgem perguntas e relatos de pessoas que desejam ajudar quem mais precisa, mas que se perdem por não saberem identificar o limite saudável entre assistência e interferência. Eu percebo que esse é um tema que deixa muitos corações aflitos, incertos sobre como praticar a solidariedade e a caridade sem extrapolar. Afinal, qual é a medida da ajuda?
Diante dessa indagação, e sem a pretensão de esgotar um assunto tão profundo em um único post, decidi dividir com vocês alguns dos meus pensamentos e as sugestões que tenho a dar àqueles que se propõem, de coração aberto, a trabalhar em atividades que tenham como finalidade o auxílio fraterno, mas que também se aplicam ao nosso comportamento dentro das nossas relações amorosas, sociais, profissionais e, principalmente, familiares, onde é muito comum (e quase sempre por amor) invertermos as Ordens da Ajuda.
1 – Cuide primeiro de você
O maior terapeuta de nossas almas, Jesus, nos disse: “Amai ao próximo como a TI mesmo”. Primeiro você. Depois, o outro. Eu só amo o meu próximo quando reconheço o meu amor por mim e me valorizo; quando me investigo e tiro lições disso, me reconhecendo integralmente como um espírito que recebeu a bênção da reencarnação, essa preciosa oportunidade de aprendizado neste planeta-escola.
De outro modo, a ajuda é rasa e pobre em projeção de lucidez e amor. Por experiência própria, eu vos advirto: antes de se aventurarem em qualquer trabalho espiritual-assistencialista, é imprescindível que se fortaleçam. Assim, poderão cumprir com suas próprias tarefas e trilhar os seus caminhos de conquistas íntimas e evolutivas nesta encarnação.
2 – Ao outro o que é do outro
Ainda temos gravado no nosso subconsciente o que nos foi pregado pelo pensamento judaico-cristão ao longo de centenas de anos. Fomos impregnados dessa ideia de pecado e culpa, e acabamos entendendo que o auxílio dedicado à salvação de tanto mais almas quanto possível seria uma forma de nos redimirmos desses “erros”. Esqueça essa bobagem! Ao outro o que é do outro!
Muitos trabalhadores do bem saem do centro espírita, da igreja ou do terreiro, depois de terem trabalhado incessantemente para auxiliar desconhecidos em suas batalhas mais íntimas, mas são incapazes de resolver os conflitos em casa, com o filho, com a mãe, com a esposa… Parece que as orientações dadas no trabalho assistencial não são praticadas, como se os seus ouvidos não fossem os mais próximos da sua boca quando falam.
Meu conselho aqui só pode ser um: não perca a oportunidade de cumprir a sua programação reencarnatória tomando para si a cruz do outro. Você é um ser único, com questões individuais a resolver, algumas delas bem profundas. Você tem um caminho próprio de luta, assim como o outro tem o dele. Saiba que a maior frustração dos que desencarnam, chegando “ao lado de lá”, resulta da percepção de que deixaram de fazer por si o que se dedicaram a fazer pelo outro em vida, desperdiçando um tempo precioso, e muito sofrem com a dor do arrependimento.
3 – Proteja-se e vigie
Ao auxiliar alguém, firme o pensamento na autoproteção. Isso significa usar a sua inteligência emocional em favor do resguardo e da manutenção do seu bem-estar, emocional e físico. Não se entra num ambiente de combate sem os necessários equipamentos de defesa. Esqueça o “faço isso de peito aberto!”. Trate de fechar o seu peito e se autoeducar! Antes de atravessar a rua sem olhar para os lados, só porque rezou o Pai Nosso, vá ler sobre proteção energética, espiritual, autodefesa psíquica, elevação de padrão vibratório… Há inúmeras e excelentes fontes a esse respeito.
4 – Cuidado com os excessos
Estou certa de que você tem muito a resolver consigo mesmo, intimamente, no ambiente familiar, social, profissional, olhando para as suas sombras e equilibrando as suas polaridades. Tudo em excesso demanda desgastes energéticos, psicológicos e físicos, que podem te derrubar com o tempo. Que o digam os nossos chacras! Por isso, eu só auxilio o outro quando estou fortalecido e preparado para isso. Reveja a sua postura de querer ajudar sempre, a qualquer custo. Investigue intimamente por que você faz isso.
Estender a mão antes mesmo que o outro peça pode ser um ato revelador de uma personalidade prepotente, vaidosa e controladora. Reflita sobre o peso do ego na sua vida. Deixo aqui um pensamento importante: eu sou mais pleno para mim e para o universo quando estou em equilíbrio e alinhado aos meus propósitos de vida, com consciência daquilo que sou e do que posso, de acordo com o meu estado momentâneo. Não atropele a caminhada de alguém só porque você precisa se sentir útil. Talvez essa pessoa não esteja pronta para receber ajuda ou simplesmente não queira. Já parou para pensar que pode haver lições importantes que só a dor possa dar a ela?
5 – Vampirismo
Muitas pessoas são vampiros energéticos em potencial. Sugam a sua energia com lamentações constantes e pedidos incessantes de ajuda. São frequentadoras assíduas de todo e qualquer local que ofereça tratamento, em busca de soluções fáceis e imediatas para as suas mazelas. São pessoas incapazes de investir o mínimo esforço, como olhar para si mesmas como as prováveis autoras dos próprios infortúnios. Vão atrás de soluções prontas ditadas por aqueles que prometem curas milagrosas (e há aos montes por aí). Muitas vezes, queixam-se da assistência recebida assim que põem os pés para fora do local de atendimento, por orgulho de não assumirem para si a responsabilidade pelo próprio fracasso. Tomem muito cuidado com pessoas assim!
6 – A espiritualidade nos ensina
Os espíritos nos ensinam a dizer “NÃO”! É um erro acreditar que espírito de luz ou espírito bonzinho é aquele que resolverá todos os seus problemas. Pelo contrário! Eles são os primeiros a dizer “não”, em lição educativa e em respeito ao nosso livre-arbítrio, ao nosso nível de consciência e à trajetória evolutiva de cada um. Nos trabalhos assistenciais, eles nos impedem, inclusive bloqueando a nossa percepção mediúnica, de tentar, por ego, orgulho, vaidade, imaturidade ou excesso de boa vontade, oferecer mais ao assistido do que ele precisa ou tem capacidade de entender.
Consulte a sua consciência se, em meio a algum processo de dor profunda, não coube a você mesmo sair daquela situação, com força, fé e muito trabalho. Os orientadores espirituais até podem nos mostrar o interruptor, mas a iniciativa de acender a lâmpada que iluminará os nossos caminhos é impreterivelmente nossa!
7 – Seja leve no trato assistencial
Ao ter consciência de que nenhuma assistência na esfera íntima ou coletiva deve te prejudicar, ame-se, fortaleça-se, ancore na luz e viva a sua vida, acima de tudo. A cada um é dado o que for de merecimento, de acordo com o esforço próprio e contínuo em direção à sua melhora. O auxílio ao outro deve ser a extensão do que você traz de mais precioso do seu aprendizado, na medida certa, com a consciência do respeito aos limites de todos os envolvidos.
Após qualquer contato que requeira algum grau manipulação energética, não leve para casa o “rastro vibratório” de problemas que não são seus. Desconecte-se, retome-se e retorne ao seu eixo de equilíbrio. Viva a sua vida com muita alegria, felicidade e gratidão. É isso o que os amigos espirituais esperam de nós, para o nosso próprio bem!
Grande abraço!
Ana Furginelli